10 de maio de 2009

Crash - No Limite

Postado por Ana Paula às 23:42



O professor Ivanildo nos deu uma lista de filmes que poderíamos escolher para assistir e pensar relacionando com o texto que estamos trabalhando em sala que fala de currículos. Foi uma correria pra mim achar o filme! Não queria ver esse que vi, mas foi o único que consegui!
Não me arrependo de ter visto este filme, porque amei demais esse filme até me emocionei! Adorei!
Hoje assisti o filme "Crash - No Limite” ele apresenta os seguintes personagens: Uma dona de casa e seu marido procurador de Justiça. Um dono de uma loja. Dois detetives que são amantes. Um diretor de televisão afro-americano e sua mulher. Um serralheiro mexicano. Dois ladrões de automóveis. Um polícial recruta. Um casal coreano de meia-idade... Todos vivem em Los Angeles e entram em colisão, quando se encontram.
Tudo começa com o roubo de um carro de luxo, da mimada esposa de um promotor que provoca o encontro de pessoas das mais variadas classes sociais e origens étnicas em Los Angeles.
Este filme nos faz refletir sobre nós mesmos, nossas atitudes e como agimos perante as regras impostas pelo convívio em sociedade. Nossa personalidade acaba vindo à tona, normalmente quando nos encontramos em situações adversas principalmente, aquelas na qual estamos enraivecidos, nervosos, descontrolados e em situações extremas.
Este filme retrata muitos preconceitos que fazemos das pessoas antes mesmo de conhecê-las. Os preconceitos são posições intolerantes, concebidas(bem) antes do fato ou da situação acontecer. São conceitos já formados que carregamos conosco e que muitas vezes são barreiras para nosso pensamento impedindo que novas idéias ou conceitos possam ser compreendidos.
Precisamos saber se são os preconceitos que nos prejudicam de enxergar a realidade ou se são fontes de nossa bagagem, como o conhecimento das coisas que podem ser úteis.
Assim, da mesma forma ocorre na aprendizagem, trazemos conosco como bagagem esses preconceitos que atrapalham o desenvolvimento do aluno, julgamos cada um sem antes conhecer, ficamos nos "achismos", que nos levam a uma ação inesperada e mal interpretada sobre esse aluno.
As práticas educacionais que são desenvolvidas no currículo oculto dos profissionais da educação acabam excluindo os alunos usando este mecanismo, pois essas práticas educacionais não são consideradas neutras,e nem isentas de intenções positivas ou negativas.
Existem ainda muitas barreiras quanto à cultura afro-brasileira nas escolas, mas temos obtidos alguns avanços que estão se tornando importantes nas escolas, explorando os valores humanos, costumes e princípios éticos, nesses avanços encontram-se as manifestações racistas e discriminatórias, que devem ser combatidas.
É preciso trabalhar a diversidade na infância. Pois se a criança não for preparada cedo, dificilmente romperá com os preconceitos presentes em seu meio e tenderá a repetir os padrões de discriminação que aprender. A luta pela superação e o combate ao racismo e a discriminação racial é, tarefa de todo educador, independente do seu pertencimento étnico-racial, crença religiosa ou posição política.
Por isso, as salas de pré-escola e classes iniciais devem ser um ambiente prazeroso, onde são oferecidos e trabalhados todos os tipos de materiais para que, através da observação, comparação, classificação e reflexão, as crianças possam descobrir a importância da cultura, das manifestações artísticas, das crenças, rituais afro-brasileiras, e assim, construir conhecimentos históricos importantes.
Olhando a população brasileira observamos sua pluralidade,vemos também que crianças e jovens não conhecem sua identidade e nem sua história. A escola brasileira precisa ser um instrumento de crescimento cultural, os educadores precisam proporcionar as crianças atividades que desenvolvam suas potencialidades no aspecto cognitivo, afetivo, psicomotor e social.
O preconceito racial e a discriminação muitas vezes prolifera-se nas escolas, através de mecanismos ou funcionamento da prática pedagógica, que exclui dos currículos escolares a história de luta dos negros na sociedade brasileira.
Há uma mudança depois da inclusão no currículo da temática História e Cultura afro-brasileira, foi um grande avanço. Mas o curriculo ainda encobre e mascara os principais objetivos do ensino e aprendizagem. É certo que é importante incorporar nos currículos da pré-escola, práticas que possibilitem a construção de um sentimento de identificação, que regaste a história dos negros, sua herança africana e sua importância na formação do Brasil.

Como podemos, por meio do currículo, trabalhar para superar visões preconceituosas?

Por meio do currículo podemos possibilitar aos jovens e as crianças que reproduzam e recriem, em sua experiência cotidiana, na vida familiar e nas celebrações em grupo o que os definem. Reconhecendo assim a importância da afirmação da identidade, levando em conta os valores culturais dos alunos e respeitando a história de seu grupo étnico/social.
Trabalhar um currículo democrático que reconheça a importância de se incorporar valores da tradição afro-brasileira, como na educação infantil, na criação de espaços para a participação, para cantar, dançar, teatros e brincadeiras que resgatem por exemplo alguns mitos, heróis das comunidades, das festas como o frevo, etc.
A literatura infanto-juvenil através de suas imagens ilustradas também constroem enredos e cristalizam percepções. Sendo assim, é importante perceber, como os negros são representados nas histórias infantis. é preciso uma desmistificação sobre os personagens negros, que aparecem nas histórias sempre vinculados á escravidão. Precisamos pensar sobre a abordagem do tema, que na maioria das vezes, fazem com que crianças negras sintam-se constrangidas.

Como pensar em um currículo mais dinâmico e mais voltado para a democracia e para a superação da intolerância de todas as ordens?

Há necessidade de se formar educadores preparados para lidar com a diversidade cultural em sala de aula, mas acima de tudo, preparados para criticar o currículo e suas práticas.
Os profissionais que trabalham com a pré-escola devem se conscientizar que o seu trabalho não é só preparar crianças para as séries iniciais do ensino fundamental, mas para o resto da vida, pois nesse período que são lançadas as bases para todas as aprendizagens futuras.
Não é educar todos como iguais, mas sim educar na diferença, ressaltando as especificidades de cada um. Resgatando as demais etnias de uma educação regada pelos preconceitos.
Nossa sociedade brasileira é muito diversificada, composta de várias culturas diferentes, e esse convívio implica em conhecimentos que são ensinados e aprendidos e até mesmo questionados, pois é assim que são construídos os significados.
Um dos meios para para combater atitudes discriminatórias é uma escola inclusiva onde proporcione aos alunos uma educação adequada, não somente minimizando, mas ensinando aos alunos de hoje, para que eles não se transformem em pessoas cheias de preconceitos contra seus semelhantes no futuro.

Termino aqui com a mesma pergunta do filme:"Você acha que sabe quem você é?"

PROCURE A RESPOSTA EM VOCÊ!

3 comentários:

Prof. Ivan Amaro on 19 de maio de 2009 às 11:31 disse...

Ana, a reflexão é muito interessante! Sugiro que apresente a história de forma um pouco mais detalhada. Além disso, é fundamental pensar no texto lido e estabelecer contatos mais próximos entre o filme, o texto e a prática cotidiana. Como podemos, por meio do currículo, trabalhar para superar visões preconceituosas? Como pensar em um currículo mais dinâmico e mais voltado para a democracia e para a superação da intolerância de todas as ordens? Pense a respeito.

Fernando on 5 de junho de 2016 às 19:59 disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fernando on 5 de junho de 2016 às 20:09 disse...

Filme ótimo! Esse filme é uma pequena amostra da nossa conturbada sociedade, ainda preconceituosa, racista, xenofóbica, mesmo com tantas campanhas, conscientizações, vídeos, filmes e palestras... músicas, arte, esporte, onde os ditos inferiores mostraram suas forças!
Quando o racismo, o preconceito, a xenofobia, a intolerância e ódio ao próximo vão acabar? Por que ter tanto ódio da cor da pele, da raça, religião, opção sexual, etc? Não se sabe... creio que nem os sociólogos e psicólogos conseguem entender mentes tão estreitas como dos preconceituosos e racistas...
O filme é realmente muito bom. A cena da menina indo em direção ao pai prestes a levar um tiro é antológica, de arrepiar.
Acho que assuntos voltados à conscientização das crianças sobre racismo devem ser abordados em sala de aula.

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